Tomando vinho, fumando um cigarrinho de tabaco gostoso que eu gosto de bolar quando bebo, sentados no sofá, falando da vida, das coisas da gente. Eu conto onde tô… como tá sendo meu momento. Eu falo o que eu sinto sobre o que é ser eu. Meus desafios. Isso é novo entre nós, assim nesse nível, antes eu tinha o hábito de contar só o que “podia”, só o que tava “aparentemente” resolvido dentro de mim. Pra não dar trabalho, pra não parecer vítima, pra não parecer louca, pra ninguém me ver. Perguntei…
Eu sou uma mulher de palavras
O que eu tenho são elas: as palavras. As vezes eu queria poder dançar, e vou lá e danço. As vezes eu queria poder pintar, e vou lá e e pinto. Mas eu queria mesmo era poder dizer, sentir, cheirar e ler, pra mim mesma as palavras que habitam em mim, que esperam longos e profundos espaços de tempo, para se tornarem próximas e conscientes. As palavras que me devolvem, que me entregam, as palavras que me denunciam, me mostram, e me dão notícias de mim para mim mesma. Por que são elas que fazem isso…