Esse mês enviei pra vocês por email (se você ainda não recebe meus emails, aiaiai, assina aqui, é brega mais é legal, prometo!) uma pergunta, sobre como poderia seguir ajudando vocês em 2019. Recebi muitas respostas e nem consegui responder todo mundo de tanta coisa linda que recebi, mas li tudo. Tu-do. E foram as mais variadas questões: relacionamento, auto-estima, terminar tese, dinheiro, se organizar. Fiquei me questionando com minha nova equipe (hoho) como poderia responder de alguma forma as questões mais gritantes e decidi fazer um live no instagram pra isso. E foi muito legal. Então separei pra vocês algumas das coisas mais importantes pra gente ter em mente, neste ano e quiça na vida, em relação a gente conseguir lidar melhor com nossos desafios, dificuldades e limitações. Leia com carinho and enjoy:
Todas nós estamos passando sempre por algum novo ou antigo desafio. Tem sempre algo acontecendo que nos desafia e/ou que temos dificuldades. E se a gente tá tentando se melhorar, se recuperar de alguma coisa como a codependência, por exemplo, a gente tem que esbarrar em um monte de limitações que temos no momento, e que muitas vezes não são nada agradáveis de admitir.
Viver realmente é resolver problemas. E crescer. E o nosso perfeccionismo fica tentando encontrar paz total com todas as nossas forças. Hoje já entendi (intelectualmente) que isso não existe e não deva ser perseguido porque isso nos faz sofrer. Simplesmente porque isso não é possível, não é real.
Vamos olhar um pouco então para como lidamos com nossos desafios, dificuldades e limitações, sejam eles emocionais ou da gente com a gente mesma – e todas aquelas coisas que a gente já gostaria de ter superado – ou sejam eles externos.
1- A CULPA
Para isso, pare um pouco e pense: quais dificuldades, desafios e/ou limitações você tá vivendo agora? (e não vale dizer TODAS, e eu já te explico mais pra frente o porquê).
Nós que nos cobramos demais, queremos ser perfeitas, e pra ontem, temos uma grande tendência a colocarmos uma camada de CULPA em cima de tudo que fazemos. Então é claro que quando temos uma dificuldade, é quase impossível não nos… culpar. E, de tão natural que isso se tornou, às vezes a gente nem percebe que tá fazendo isso. É quase estranho não viver assim.
E eu amei começar a entender mais sobre a culpa. Você sabia que muitas vezes essa culpa que nos impusemos e sentimos, na real, não é de agora?
Não tem a ver com o que tá rolando agora. É uma culpa internalizada lá de trás, na nossa história. Onde, por alguns motivos, entendemos que somos culpadas (e se deu vontade de entender mais, considere a próxima turma do Surtei a Toa, onde eu entro mais profundamente nesse assunto).
E o que acontece é que isso vira nossa forma de viver, mesmo que a gente tente fingir que não estamos nos sentindo tão culpadas como estamos.
“Que ninguém descubra que eu sou culpada por todos os problemas do mundo”.
E aí por isso, quase tudo que vivemos hoje ativa essa culpa, antiga, internalizada, em nós.
Se deu ruim, é nossa culpa. Se não deu ruim, podem nos descobrir a qualquer momento. E se não estamos sentindo ela, vamos lá e fazemos algo pra poder sentir ela de novo. Já sentiu que tá fazendo isso? Fazendo algo pra ir lá se sentir culpada de novo? Louco nisso, né?
Sentimos que por termos nossas dificuldades – área emocional, relacionamentos, com nós mesmas, com os outros, vida financeira, saúde, terminar a tese do mestrado, etc – somos culpadas por isso: “Eu não deveria ter essa dificuldade, eu não deveria sentir isso, olha pra todo mundo que não tem esse problema. Olha pra minha idade, eu não deveria sentir isso ainda. Eu deveria saber melhor”.
2- A VERGONHA
E aí, o que acontece? U-hum. A VERGONHA. E eu quero bater muito nessa tecla, porque a codependência e outras compulsões têm como pano de fundo, quase obrigatoriamente sempre, ela: a vergonha.
Um tema tão dificil de abordar e de certa forma tabu. Afinal, é ruim sentir vergonha. É ruim de admitir ela. Ninguém quer. E é aí que ela se torna mais vergonhosa.
Então estamos lá belas e formosas, nos sentindo culpadas pela nossa dificuldade/limitação momentânea\desafio que achamos que não deveríamos ter. E aí sentimos vergonha: “Isso que eu tô vivendo e sentido não é bonito de se mostrar”. E gastamos uma puta energia tentando não pensar na vergonha, apesar de pensar constantemente inconscientemente. Gastamos energia tentando esconder e fazer ninguém notar, ou sair dessa condição de alguma forma da noite pro dia.
A vergonha neste caso é quando adicionamos esta camada de: julgamento e segredo em cima das nossas dificuldades. A gente torna isso grande e pavoroso, muito maior do que realmente é. A gente fica com medo, quer esconder e consertar, e isso é vergonha.
E ela foi apreendida um dia. Alguém nos ensinou a termos vergonhas, assim como a própria culpa, muitas vezes. Podemos começar a lembrar disso, lembrar de nos dizer: isso não é meu.
3- O ISOLAMENTO
E aí, quando a gente sente vergonha, o que a gente faz? Envergonhadas, escondemos o rosto atrás das mãos e não queremos ser vistas. “Que ninguém veja isso que sou, ou estou agora! Que ninguém veja estas partes minhas!”. E a gente se isola.
Seja emocionalmente – mesmo estando presentes fisicamente – quando a gente se retira emocionalmente das situações, omitindo partes nossas. Ou seja fisicamente mesmo: não saímos mais tanto de casa, começamos a responder menos aos amigos no telefone, não sentimos impulso de falar muito com ninguém.
Algumas de nós podem começar a pedir comida pela entrega pra não sair; deixar pra ir na próxima festa, mas nessa não; correr pra ir pra casa logo e/ou entrarmos no modo “hoje vou só dormir”; rola também encanar mil vezes mais com nosso cabelo e achar que nenhuma roupa tá boa, etc.
Nada contra não sair de casa, pedir comida, não ir na festa, voltar pra casa e só dormir, às vezes essas são as melhores coisas que podemos fazer por nós mesmas, e elas nada têm a ver com vergonha. Usei como exemplo para que a gente possa perceber um pouco mais quando é a vergonha e o impulso de nos esconder que está nos motivando.
Mas saiba que a vergonha também pode estar por trás dos motivos da gente se tornar extremamente bem sucedidas em algumas áreas da vida, justamente para tentar compensar todo esse sentimento.
E emboladas nesses sentimentos, pode acontecer da gente entrar na zona perigosa: “Sou toda errada” – e vou falar mais disso aqui embaixo (e vai ser bom!).
4- A AUTO-COMPAIXÃO
E aqui está o que nos falta perceber:
Se você pensar com bastante carinho sobre você, em tudo que viveu ou deixou de viver. Em tudo que aprendeu ou deixou de aprender desde lá atrás, em tudo que você não teve, e que teve se virar sem… você tá indo muito bem, sabia?
Você tá indo melhor que a encomenda! Pode ter certeza que você tá indo muito além do script da sua família, seu passado e tudo o mais.
Sim, podemos ter dificuldades em muitas áreas. Cada uma com as suas. Emocionais, nos amar, área afetiva, financeira, corpo, saúde…. mas eu tenho certeza:
Ninguém te ensinou a fazer diferente. Ninguém te ensinou a se amar. A não se sabotar. Talvez tenham falhado brabo em amar e aceitar você e você tá tendo que aprender a curar esse buraco sozinha. Ninguém te ensinou, ou você não deve ter visto outras formas mais saudáveis de se relacionar. Ninguém te ensinou como, ao invés de sabotar, te fazer andar com confiança.
E sem nos darmos conta disso, ao invés de ter auto compaixão por nós mesmas, nós nos julgamos, culpamos, nos comparamos injustamente a outras pessoas e nos sentimos envergonhadas.
Claro que, mesmo não sendo culpadas, não estou dizendo que não temos responsabilidade de lidar com isso hoje. Sim, a responsabilidade é nossa, não importa o que tenha acontecido.
Mas é preciso ter auto-compaixão por nós e pelas nossas dificuldades. E ela tem mais ou menos essa cara aqui: “Meu amor, é entendível que você sinta XYZ. Que pense isso XYZ, que tenha XYZ dificuldades.” Você já experimentou olhar assim pra você?
Quando eu entro nesse modo, eu tento me lembrar: “Ariana você não tem culpa de ter as dificuldades que tem no momento”.
Muitas de nós ainda não tem noção do estrago feito lá atrás e, às vezes, nem é preciso ter. Mas é preciso saber: “Uau, essa questão que eu tenho dificuldade e morro de vergonha, ninguém me ensinou sobre como fazer isso de outra forma, e pelo que eu aprendi, eu tô fazendo muito, eu tô indo muito bem”.
A gente não pode cobrar de uma pessoa que não teve acesso a um monte de coisas, que agora ela seja uma pessoa assim e assim e assado da noite pro dia.
Tem passos a serem dados. E cada uma de nós tem os seus. Tem coisas que são mais fáceis para os outros, sim. E a gente tem que tirar essa vergonha e se apropriar do nosso caminho.
Mas, infelizmente, nesse processo de querer aprender e melhorar, muitas vezes a gente faz o contrário: a gente usa o processo de crescimento para nos afundar, para só ver coisas erradas em nós. Só olhar para o que ainda falta. O que ainda não é. O que ainda não é perfeito. Sem ver as belezas nisso.
Se você tá aqui me lendo, provavelmente tá indo em busca de outras coisas pra crescer. Caramba, já parou pra pensar? Você quer crescer, ser melhor! Olha que qualidade maravilhosa, e que não damos valor. Pensa bem o quanto você acha sexy alguém que quer crescer e melhorar (de uma forma saudável).
Mas às vezes a gente gosta de cair naquele “eu sou toda errada”, não é mesmo?
E nesse “eu sou toda errada” é onde mora:
5- A FANTASIA
Em algum momento na live, uma leitora comentou só conseguir ver seus defeitos. E nossa como eu consegui me relacionar com ela. Temas de muitas terapias depois do processo de sair da posição de fortona.
Quando a gente se sente toda errada, só vê nossos defeitos. Isso faz duas coisas: nos tira da realidade e nos faz especiais. E isso nos protege.
Protege? Mas protege de quê?
Ninguém poderia só ter defeitos ou só ter qualidades. Isso simplesmente não existe. Não é real. Logo, se não existe, não é real, é uma fantasia (e se você tem alguém que você vê assim na sua vida, provavelmente não está olhando para ela de verdade, está olhando para uma fantasia, uma idealização).
Bem, fantasiamos que somos todas erradas e isso se torna uma grande desculpa para não fazer muitas coisas que dizemos que queremos fazer. O ganho secundário é que a gente não precisar arriscar. Se somos tão ruins, nem precisamos tentar a vaga de emprego, o carinha, aquele novo passo na carreira, sair e conhecer gente nova.
Nos protege de ter que lidar com várias questões da vida que são desafiadoras para nós. Nos protege de ter que lidar com o que nos dá medo, com sentimentos e emoções ambíguas, com a falta de controle, com o risco de errar, de sermos rejeitadas, com situações inesperadas, com sentimentos de confusão e ansiedade.
Protege de sentir frustrações, de lidar com o que não temos experiência e de nos sentirmos iniciantes, de ter frio na barriga, de não sermos vistas como perfeitas.
Tudo o que é inevitável sentir na vida. Tudo o que viver engloba.
Sentir confusão, sentimentos ambíguos, ansiedade, rejeição, medo, fracasso, raiva, faz parte da vida, é o que viver na realidade engloba. Lidar com todos estes sentimentos.
Mas na fantasia as coisas são mais idealizadas. Deveriam acontecer de um certo jeito, e deveríamos só nos sentir de uma certa maneira. A realidade e a fantasia são totalmente diferentes. A teoria e a prática são totalmente diferentes.
O amor e uma relação na fantasia é uma coisa, na prática é totalmente diferente. Uma carreira bem sucedida na fantasia é uma coisa, e na prática é outra. Um corpo saudável na fantasia é uma coisa, na prática é outra. Nós na fantasia somos uma coisa e na prática somos outra (provavelmente muito melhor do que a gente se dá conta).
É desafiador mudar essa visão. Faz a gente ter que lidar com o que é real, que parece assustador, e menos. Mas, quando começamos a nos abrir, percebemos que, apesar de mais “bagunçado”, é muito mais simples e muito mais recompensador do que viver na fantasia.
A realidade é onde as coisas acontecem. A fantasia só acontece na nossa cabeça. Pode ser linda, mas não acontece de verdade. E viver assim é viver uma frustração constante.
Sim, é um desafio o processo de abandonar fantasias. Então vá com calma, com amor por você – tenhamos compaixão por nós, porque foi preciso fantasiar muito da nossa história para que pudéssemos lidar com a realidade lá de trás. Seria muito doloroso perceber algumas coisas que estavam acontecendo ou faltando.
Temos que nos dar tempo até para passar pelo luto das nossas fantasias. Mas para que a gente possa viver a nossa vida, é preciso entrar na vida. Assim, do jeito que ela é e que nós somos. Nem 100% ruins, nem 100% boas.
Então o que quero te dizer é que um passo grande para transformar isso já é olhar pra nós mesmas de forma: real. Não poderíamos ser “todas erradas”. Com certeza esse olhar tá deixando de ver muita coisa em você pra acreditar nessa fantasia e continuar te protegendo.
Não precisa fazer nada. Apenas observar que essa ideia sobre si mesma não é real.
Naturalmente, muitas vezes a gente já começa a ver algumas coisas boas em nós, quando pensa assim. E talvez elas não sejam extraordinárias, sejam qualidades normais: sou curiosa pela vida, sempre quero aprender mais, gosto de cozinhar, sou uma boa amiga, cuido dos meus bichinhos de estimação, etc. Mas são muito boas, são suficientes e não devem passar despercebidas, especialmente porque a coisa mais importante sobre elas é que: são reais. São você.
Quando a gente se dá a chance de se olhar mais na realidade, a gente se surpreende: somos mais interessantes do que nos contamos.
6- A INVEJA
Quando a gente se olha assim, “sou toda péssima”, e quando a gente se previne de correr os riscos que viver traz, geralmente a gente se torna muito invejosa sem nem perceber.
Eu era uma pessoa muito invejosa e não sabia. Essa ficha caiu pra mim pouco tempo atrás. Fui percebendo que punia as pessoas que eu tinha inveja da minha companhia, pra na real eu não ter que lidar com o que elas “me faziam” sentir.
Até que eu entendi que aquelas pessoas, que eu invejava, por conseguirem fazer ou ter um monte de coisas que eu queria viver, na verdade são fodas por se permitirem ir lá lidar com tudo o que eu ainda não quero arriscar.
Então entendi “Uau, eu posso aprender muito com elas!”. Passei a ver que elas têm uma coragem: lidar com os desconfortos daquela área da vida que eu invejo.
Lidar com desconfortos. Tá aí outra frase pra tatuar: viver é lidar com os desconfortos que as coisas maravilhosas trazem junto!
Por exemplo, se eu pensar em áreas que sou “bem sucedida”, ou estou prosperando de alguma maneira, isso acontece porque eu me permito viver o desconforto que aquilo me traz.
Entenda: viver o desconforto não é ficar onde você sofre, ou anestesiar sentimentos de dor, o cansaço, e dizer pra nós mesmas que estamos lidando com o desconforto. Porque se a gente pensar assim, a gente cai de novo naquela coisa de se anestesiar tanto da dor (alô codependência), que não sentimos mais os nossos limites.
Seja carreira, atitude, vida amorosa, viagens, ou o que for que você possa invejar de alguém, em algum momento, aquela pessoa vivendo isso resolveu sair da fantasia do tudo perfeito na cabeça e decidiu descer pro play e ir pra vida.
E optou por lidar com o desconforto e todos os sentimentos e emoções difíceis de viver na realidade: a ambiguidade, a confusão, o não saber, o medo, a raiva, a ansiedade, a bagunça, rejeição, fracasso, dor, culpa, vergonha, confrontos, quebrar imagem de perfeição e se mostrar real e imperfeita, etc.
Podemos ter certeza: seja o que for que é bom, tem um preço alto que se paga para o desfrutar. Se alguém tem uma relação que invejamos, quase com certeza essa pessoa está lidando com muito emoções e situações desafiadoras diariamente do que podemos imaginar para manter isso. Se alguém tem uma carreira que invejamos, quase com certeza essa pessoa está lidando com muito mais emoções e situações desafiadoras que podemos imaginar para manter isso. O que precisamos é aprender a lidar com isso, para ir aprendendo a lidar de uma forma sustentável com isso também.
E a melhor forma de fazer issoé nos expormos as situações e nos abrirmos para aprender com elas. E não usar a fantasia para nos manter protegida. Então para nós, é muito importante sairmos das ideias fantasiosas, que precisa que tudo seja 100% bom ou ruim, e irmos para a vida que é na maior parte do tempo 50% boa, 50% complexa, e um monte de coisas no meio.
7- A REJEIÇÃO
E, por fim, sair da fantasia significa lidar com o nosso maior temor: a rejeição.
Na live alguém me perguntou: “como eu faço então pra não me sentir rejeitada?”
Acho que a gente costuma fantasiar que algumas pessoas – por exemplo, as que a gente vê fazendo o que queríamos fazer – não passam e/ou sentem a rejeição. Acredito que não tem como não sentir rejeição, frustração.
No momento em que a gente leva um “não” de algo ou alguém que queríamos, que era importante para nós, vamos sentir coisas desconfortáveis. E às vezes a gente tenta não sentir elas e não nos sentir rejeitadas, nos dizendo: “eu nem queria mesmo” na tentativa de não sofrer. Mas isto na minha opinião não é uma forma de lidarmos com a rejeição e nem é saudável porque assim anulamos o nosso desejo. É importante que a gente possa sempre assumir nossos desejos, principalmente como codependentes.
Então, sim, queríamos, mas não deu. E dói. E todo mundo passa por isso.
O ponto não é não sentir e sim como lidar. Como lidar melhor com a rejeição. Pelo que venho aprendendo, envolve ter sabedoria de se tratar bem quando isso acontece.
Como você se trata, o que você se diz quando isso acontece? Conseguir se dizer coisas que mostrem que não tem a ver com você, que não era pra ser, ou não pra ser agora, que talvez exista algo que possa ser mudado ou uma lição nisso enquanto acolhe sua emoção é uma forma mais saudável de lidar com ela, além de você dizer pra si mesma que é capaz de passar por isso e sobreviver.
Depois disso o próximo passo é conseguir se dizer coisas que a gente diz pra quem a gente gosta e trata bem. Coisas que nos lembrem o nosso valor, que ele não vem de fora, não vem do que pensam de nós, etc.
Como a gente se trata é a mesma sabedoria sobre lidar com a culpa, com a vergonha, com nossas dificuldades, nossas limitações.
Talvez esteja aí a grande diferença entre nós, meras mortais, e Beyonce, Oprah, Maya Angelou ou qualquer outra pessoa vivendo e fazendo coisas incríveis: Como essa pessoa conversa com ela mesma. O que ela fala pra ela mesma quando ela é rejeitada. O que ela pra ela mesma quando se sente culpada. O que ela fala pra ela mesma quando sente vergonha. O que estas pessoas se falam é o que faz elas se comportarem como se comportam.
ENTÃO PRA CONCLUIR NOSSO PAPO
Lá no começo do texto te perguntei sobre a sua dificuldade/desafio/limitação. Espero que tenha acendido uma luz por aí.
Não é de um dia pra noite que mudamos. Tudo é um processo. Mas mudamos especialmente quando a gente muda a forma como a gente fala com nós mesmas sobre o que está acontecendo dentro de nós. Não negando, mas sim lidando de uma forma diferente.
Que a gente siga se permitindo viver as contrariedades da vida com auto-compaixão. Acho que vale a pena estar na realidade cada dia mais e se permitir errar, comparecer pra vida. Imperfeitas e/ou confusas e complicadas e, mesmo assim, aparecer pra vida. Um pouco mais, no ritmo que a gente dá conta. E ir recuperando o nosso espaço perdido.