Faça sua inscrição na Lista VIP do Surtei a Toa e garanta sua vaga na ÚLTIMA turma!

Ganhe novos superpoderes para se relacionar e ser amada, saber receber, saber colocar limites e se comunicar, existir verdadeiramente e poder mostrar seu coração de verdade com coragem em qualquer relação.

Existe muita vida te esperando!

As inscrições para a próxima turma do Surtei a Toa serão abertas no dia 18 de Julho

Acompanho de perto cada turma do Surtei a Toa, e por isso as vagas são realmente limitadas (diferente dos meus demais cursos).

Mais de 200 mil mulheres me acompanham em todos meus canais, e não consigo atender nem 1% dessas mulheres em uma turma do Surtei.

A única forma de garantir sua vaga é participando da Lista VIP e fazendo sua inscrição na primeira hora do dia

Então se esse movimento faz sentido pra você, não deixe de entrar na Lista VIP e ter a chance de viver essa transformação ❤️

E AGORA AQUI ESTÁ TUDO QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O SURTEI À TOA:

Você parece "resolvidona" por fora, mas por dentro... sente que não é bem assim?

Se você está com dificuldades de se relacionar com outros e com você mesma, esse curso é para você e vou te explicar porque e como ele vai te ajudar.

"O curso mais FODA, incrível e lindo de toda a minha vida. Voltei a respirar e existir. Voltei a viver."

- Michelli

Um curso online para mulheres que querem amadurecer e aprender a se relacionar do ZERO com ela, com os outros e com a vida!

Surtei a Toa conta com muita pesquisa prática e extensa, feita com todo carinho do mundo, e com ensinamentos raros que não você não encontra com facilidade em outros lugares.


Ele foi criado para você, mulher, incrível, possível e real que:

Cansou de ser fortona, fazer tudo sozinha e por dentro se sentir pesada demais;

Cansou de se isolar, se esconder atrás de máscaras e papéis, e tentar ser perfeita;

No fundo se sente “carentona”, paradoxalmente, tentando agradar todo mundo;

Cansou de atrair e viver os mesmos padrões nas relações (amorosas, amizades,familiares, trabalho, etc)

Quer ser conhecida, amada e amar de verdade;

Quer aprender a sentir o que sente de e ser mais verdadeira com a sua vida;

Quer amadurecer e aprender a se relacionar como uma adulta.

O Surtei a Toa foi feito pra te devolver pra você mesma e te ensinar a criar relações completamente diferentes e satisfatórias em qualquer área da sua vida.

Esse é o meu curso mais completo e transformador. Inteiro com aulas gravadas para você assistir quando e onde quiser, com Sessões de Perguntas e Respostas ao Vivo comigo para tirar todas as dúvidas que você tiver.

Acredite. Este será dos melhores investimentos da sua vida. A frase que eu mais escuto das minhas alunas, é que este curso é um grande divisor de águas na vida delas. Com certeza será na sua também.

Tem muita vida te esperando pela frente!

"Um dos melhores investimentos da minha vida. O processo de cura está sendo incrível e lindo. Jamais imaginei se o curso fosse tocar em tantas feridas que eu sequer sabia que tinha. Me sinto bem mais madura. Aprendo a estabelecer limites, fazer pedidos, lidar com a vergonha, mudar comportamentos abusivos comigo mesma. Não tenho palavras para agradecer como se curso mudou a minha vida."

- Floral L.

Pode ser muito provável que você tenha várias áreas da sua vida indo muito bem e você até sabe atrair relacionamentos amorosos, de amizade… mas no fundo:

Sente que não sabe o que é se relacionar ou o que é um relacionamento saudável.

Não sabe se comunicar nas relações: o que está sentindo, quais são seus limites, suas necessidades, pois talvez ainda não tenha clareza de que possui: limites, necessidades e sentimentos. E muito possivelmente tem medo da reação do outro, caso comunique algo nesse sentido.

Talvez você teve que amadurecer cedo na vida, mas a base de fingir que amadureceu, e hoje, lá no fundo do seu coração, se sente fingindo que dá conta de tudo.

Talvez você se culpe, se cobre, se exija e se critique demais, passando sempre dos seus limites: quer ser perfeita para só então começar a ir pra vida e pro mundo, seja na carreira ou em relações. E talvez você acredite piamente que é isso que precisa para ter para ter relações melhores.

Talvez não saiba que sente vergonha internalizada e vergonha de si mesma e que tenta nunca entrar em contato.

Pode ser que você se relacione através de comportamentos codependentes se relacionando através de papéis, performance do que faz para o outro, e talvez tentando salvar o outro ou querendo ser salva.

Pode ser que pense que só sexo é o que é necessário para criar uma relação e não sabe o que seria necessário para criar o resto.

Pode ser que se atraia por pessoas: com medo de compromisso, desajustados, viciados, irresponsáveis. E que pessoas mais estáveis não lhe atraiam, e você as considere tediosas.

Pode ser aquela pessoa que quer salvar, consertar, aconselhar todo mundo… mas nunca tem alguém do seu lado para te apoiar, ou se tem não consegue receber e pedir ajuda.

Se torna mãe/terapeuta/coach/recreadora/nutricionista enfermeira/psiquiatra nas suas relações…

Talvez se envolva em dramas sempre nos mesmos padrões.

Se você se identificou com algumas posturas acima, saiba que não adianta só conquistar novas relações e sim, amadurecer sua personalidade e curar padrões internos que te fazem recriar as mesmas situações e pessoas num looping infinito.

E como você ainda não amadureceu em algumas áreas da vida, você não consegue nomear o que sente, como sente e então, se desespera, deixando sua vida seca. Provavelmente falta suculência na sua vida. Ela anda ser cor.

Talvez não saiba o que sente ou como sentir, e quando consegue sentir se desespera

Pode ser que tenha medo de intimidade com outra pessoa, apesar de dizer que é o que mais quer.

Pode estar "masculinizada demais": sem estar em contato com seu lado feminino e com a sua energia feminina que promove bem-estar, te permite receber, ter prazer, ir com mais calma e sentir o que sente.

Talvez esteja pisando em ovos para falar com as pessoas: desde seu chefe, amigos, familiares, relações amorosa e até o cara do Uber.

Pode se sentir constantemente a beira de um ataque de nervos ou depressão.

Pode sentir que ninguém a conhece de verdade.

Pode ser comunicativa, mas tem uma vida dupla:

Pode ser viciada em autoconhecimento ou estar em spiritual bypass (fuga ou escape espiritual) fazer mil cursos, ler mil livros, mas talvez sem perceber você faça isso para não entrar em contato de verdade consigo mesma, como sentir e com o que é desconfortável.

Pode sentir que precisa fazer demais ou se doar demais para ter amor das pessoas. Que precisa ser admirada e vista como "fortona" para ser amada. Ou que sua carência poderá garantir o cuidado dos outros.

Mesmo após anos de psicanálise, muitos cursos, práticas e livros, sinto que o Surtei a Toa foi o meu primeiro passo de verdade a entrar em contato comigo mesma. Essa tarefa é individual, mas é primordial que haja uma guiança em grupo de apoio.

- Clara L.

Quando o assunto é LIMITES e NECESSIDADES:

Sabe como comunicar cada vez com mais clareza quais são os seus limites em qualquer relação com graciosidade.

Descobre e terá a clareza de quais são as suas necessidades. Saberá como pedir e comunicar o que você realmente precisa nas relações.

Sabe dizer não.

Sabe dizer sim melhores.

Sabe lidar com conflitos e saberá que pode entrar em qualquer relação ou situação, porque tem exata clareza dos seus limites e sabe que pode se proteger.

Quando o assunto é VOCÊ MESMA:

Você descobre qual é o grande segredo para realizar a cura da sua criança interior.

Pratica com maestria a autocompaixão e não a pena de si.

Aprende a se tratar bem e ser gentil com você em qualquer parte de qualquer processo seu.

Sai do sufocamento emocional que carregava praticamente a vida toda e aprende a lidar com suas emoções como adulta.

Sabe criar uma relação sólida com você mesma te tirando da carência afetiva.

Se permite sentir o que verdadeiramente sente.

Sabe como ficar com você mesma.

Quando o assunto são RELACIONAMENTOS & INTIMIDADE:

Aprende a entrar nas relações de igual para igual e o que fazer para não se colocar como superior ou inferior.

Aprende a comunicar o que sente sem dramas e acusações, de maneira segura.

Aprende e sabe exatamente como escolher e como transformar relacionamentos, sejam quais forem, em relacionamentos saudáveis.

Aprende sobre como estabelecer a verdadeira intimidade e com quem estabelecer ela.

Aprende a amar melhor e se doar sem se sacrifiicar.

Sabe e cria conexão profunda com os outros e se permite ser vista, escutada e compreendida.

Transforma relações antigas em relações seguras. E sabe atrair e reconhecer pessoas seguras para se relacionar.

Aprende a sair de máscaras e papéis: fortona, carente demais, a salvadora, a mãezona, a perdida e outros.

Não precisa FAZER DEMAIS para ser amada. Não precisa SE DOAR DEMAIS para ser amada.

Aprende a se doar de forma produtiva e saudável!

Quando o assunto é VERGONHA e CULPA:

Você toma consciência da sua vergonha internalizada que, com certeza, a corrói e a impede de se expor na vida e nas relações. Então, começa seu processo de cura interior.

Se permite ser vista e conhecida de verdade por quem você deseja.

Aprende a lidar com a sua culpa.

Começa a revolução no seu perfeccionismo: Aprende a errar, celebrar o erro e se arriscar mais.

Aprende a se divertir mais.

Sai do isolamento físico e emocional.

Tem mais coragem para se expor nas relações.

Se abre mais para a vida!

Quando o assunto é FAMÍLIA:

Ganha destreza para lidar com situações em família.

Está curando a relação com a mãe e/ou com o pai dentro de você.

Consegue exercer o pertencimento a sua família, independente do tipo de relação que tenha.

Sai da posição de pai ou mãe dos pais ou irmãos e toma seu lugar na hierarquia da sua família, independente de qual seja sua situação familiar, o que a fortalece para o resto da sua vida.

Quando o assunto são COMPORTAMENTOS CODEPENDENTES x SAUDÁVEIS:

Você sabe como parar com comportamentos não saudáveis, como: tentar salvar o outro, ser invasiva, aconselhar demais, esperar alguém te salvar e permite com leveza que cada um se salve.

Se liberta de compulsões e de escapes: trabalhar demais, comer demais, netflix demais, sexo demais, compras demais, beber demais e outros.

Quando o assunto é SUA ENERGIA
FEMININA & MASCULINA:


Você saberá entrar em contato com sua energia feminina.

E usar sua energia masculina

Quando o assunto é AMADURECIMENTO EMOCIONAL:

Para de deixar sua criança dominar sua vida.

Amadurece emocionalmente.

Quando o assunto é SUA VIDA:

Sente que finalmente existe, encarnou e tem uma vida própria pra chamar de si.

Apropria-se da sua vida.

Está em contato com a realidade e não com a fantasia.

Toma decisões melhores.

Está focada na solução e não no drama.

Abre mão do controle, sabe relaxar e se divertir mais.

Tem clareza de seus valores e o que é essencial para você.

Sabe o que quer e o que vale a pena utilizar seu tempo e energia.

Estas são algumas das transformações profundas do Surtei a Toa e do meu trabalho com mulheres.

Essa é uma das minhas maiores missões: te ajudar a sentir que você realmente existe e que pode ser feliz!

"Melhor decisão do ano! O Surtei me deu ferramentas que sei que vão me ajudar pro resto da vida! Esse curso é amor, transformação."

O Surtei a Toa é um processo de desenvolvimento pessoal para mulheres
AMADURECEREM E SE RELACIONAREM e é dividido em 6 pilares práticos:

VOCÊ GANHA "SUPER-PODERES" AO MUDAR SEUS COMPORTAMENTOS ATRAVÉS DESTES PILARES:

Entender que você existe (sair desse vazio que você sente quase desde de sempre e não entende porque) e isso te dá o superpoder de finalmente focar no que vai te fazer feliz.

Mostrar seu coração de verdade com mais coragem, e com medo também, mas agora você terá o superpoder de lidar com esse medo e achar lindo que você é humana por isso.

Sentir o que você sente, entrar em contato com o que são as suas necessidades e poder falar e pedir o que precisa (isso não te dá o poder de garantir que irá receber um sim, mas que saberá o que fazer com a resposta que receber).

Saber expor seus limites e isso te dá o superpoder de entrar em qualquer situação, pois você sabe que pode se cuidar, ou seja, você acaba arriscando mais porque perde o medo da vida e dos outros.

O superpoder de amar mais o outro sem tentar controlar ou consertar o outro (não tem coisa mais maravilhosa do que sentir isso no seu coração).

Ser amada e saber receber. Receber é outro superpoder subestimado. Você não tem ideia de como sua vida e relações mudam quando você aprende a fazer isso.

"As mudanças são IMPRESSIONANTES. Tenho uma vida pela frente pra te agradecer por dividir de um jeito tão libertador tudo o que aprendeu."

Pudesse sentir o que você sente de verdade;

Soubesse quais são seus limites e como comunicá-los;

Tivesse amadurecimento emocional para lidar com a vida;

Sentisse pertencimento a sua história e na sua família;

Abraçasse as dores da sua criança ferida e ativasse a sua adulta;

Soubesse lidar e bancar a culpa e se permitir errar e arriscar muito mais;

Tomasse consciência da sua vergonha internalizada e soubesse lidar com ela;

Ativasse a sua Energia Feminina e aprendesse a receber mais da vida;

Pudesse se mostrar e expor quem você é;

Soubesse criar uma conexão mais profunda e segura com os outros se permitindo ser vista, escutada e compreendida (pudesse ser isso para os outros também);

Vivesse dentro das relações e não se vendo de fora;

Parasse de pisar em ovos;

Parasse de pirar tentando ser: mãe, terapeuta, recreadora, coach, enfermeira, nutricionista dos outros

Aprendesse a amar e ajudar de forma saudável e pudesse receber mais amor também;

Se permitisse ser conhecida de verdade;

Saísse do isolamento emocional.

Como a sua vida seria?

Quando foi que você parou de acreditar que isso seria possível para você?

Eu descobri que tem MUITA vida esperando pela gente. Podemos ter uma vida digna e feliz de fato, podemos ter relações sólidas, divertidas, gostosas e profundamente nutridoras.

Eu sei que muitas de nós não tem o registro da experiência do que é ter isso (eu não tinha) e eu quero te ajudar a ter tudo isso e sentir isso no seu coração (e não na sua cabeça!).

Eu quero te ajudar a: entrar na sua vida, e talvez pela primeira vez, se sentir viva de verdade!

E AGORA QUE VOCÊ JÁ SABE DE TUDO ISSO, VOU TE CONTAR COMO O SURTEI A TOA 10.0 VAI FUNCIONAR:

Serão 12 semanas com aulas gravadas e 1 módulo liberado semanalmente e a cada semana terão a sessão ao Vivo com Perguntas e Respostas comigo, para você tirar todas as suas dúvidas ou trazer alguma questão que você queira trabalhar.

Serão abordados: conteúdos novos, exercícios, práticas, ferramentas e estratégias. Além de espaço perguntas e respostas diretamente comigo.

* As aulas da Sessão de Perguntas e Respostas serão ao vivo, mas ficarão gravadas e guardadas na nossa área de alunas para quem não possa participar ao vivo, possa ver e rever sempre que quiser no seu período de acesso.

Veja relatos de quem já fez o Surtei à Toa

Entendi Ari, mas não sei se o Surtei a Toa 10.0 é para mim ainda…

Pra quem é o Surtei?

Mulheres casadas e solteiras, enroladas, héteros, bis, homo, o que for. Para mulheres com comportamentos codependentes, independentes, fortonas, ou carentes assumidas, ou tudo isso junto e misturado.

Este é um trabalho para mulheres que cansaram de esperar a salvação vir de fora e estão comprometidas em mudar.


Pra quem não é o Surtei?

Pra quem não gosta de ler, trocar, estudar e crescer. Ou para quem esteja buscando respostas prontas e não tem paciência para passar pelo processo conscientização e de mudanças de comportamentos. E não desejam viver uma jornada, a sua jornada, com tempo e dedicação.

Não é um lugar para uma “cura rápida”, e sim um lugar para aprendermos novos comportamentos e olharmos pra dentro.

A cura vai vir de você, seu trabalho, do quanto você está disposta a se priorizar ao invés dos outros. E também de você buscar outras formas de apoio profissional especializado e adequado para trabalhar questões que surjam e mereçam atenção e carinho. Você merece!

*Também não é para quem está buscando a cura de algum desequilíbrio específico, unicamente por esse canal. Este curso não substitui terapia personalizada. Saiba que se você tem uma condição séria, é necessário que você tenha acompanhamento terapêutico adequado, com a atenção e o cuidado para você, que você merece.

Tava louca pra escrever esse post, e achei que ia sair de boa e rápido. Mas olha… foi muito tempo escrevendo e reescrevendo, entrando em contato com o que eu realmente queria dizer. Acho que estou pronta.”Ninguém aqui tem diploma de recreadora”. Leia bem e sinta essa frase. Tem frase melhor pra uma codependente ou pra alguém cheio de culpa, tentando agradar? Caramba – eu pensei quando ouvi – ela é muito boa! E forte. A metáfora é ótima: uma recreadora, alguém que é paga pra entreter as pessoas e fazerem elas se sentirem bem e animadas. Pegou aí em você também?

Bem, isso foi o que eu ouvi da Rosângela Teixeira, minha professora de assuntos junguianos, num curso há alguns finais de semana atrás. Toda vez que ela repetia isso me fazia rir e me ajudou a pensar de um jeito novo, aquilo o que eu já ouvi um milhão vírgula novecentas e quarenta e duas vezes: “A gente não veio aqui pra fazer o outro feliz”, ou “A gente não está aqui para fazer o outro se sentir bem”. Que alívio, não? E isso parece meio óbvio (e ao mesmo tempo chocante pra muita gente: como assim não viemos fazer o outro feliz? (vou falar no final desse post sobre isso). Mas a parte do óbvio é o que pega, porque até pouco tempo atrás eu achava que entendia muito disso e que este não era meu caso.

Vou te contar primeiro – rapidamente, juro – sobre mim, e depois um pouco de como se parece ser recreadora no dia-a-dia, depois coisas muito importantes que precisamos saber e que acredito, que todas as partes desses relatos você possa encontrar alguns pedaços dela, da sua recreadora, dentro de você, se ela estiver aí. O texto tem duas partes, recomendo demais ler as duas, a segunda parte tem coisas muito importantes que precisamos saber para transformamos este impulso em nós.

UM BREVE HISTÓRICO DA RECREADORA EM MIM

O que o outro sente na verdade sempre foi a minha prioridade, mas eu não me dava conta. É tão automático não é?

Sempre pensei, sem saber, que se eu fizesse bem pro outro, o outro me devolveria o mesmo e assim a vida seguiria. Achei que todo mundo tinha bem claro esse acordo: eu era responsável pelo o outro, e algum outro seria responsável por mim.  E eu só precisava garantir um outro pra mim, sempre. Esse é o contrato da vida e das relações certo?

Bé, Ariana. Ledo engano. Parece que eu havia entendido alguma parte essencial sobre se relacionar muito errado. Precisei voltar pro prézinho, nos últimos anos.

Percebi que passei a maior parte da minha vida “esperando”. Isso soa familiar pra você? Esperando o outro reconhecer o que eu abria mão por ele. O outro reconhecer o quanto eu me esforçava pra ele ficar bem.  Esperando, resumidamente, o outro me reconhecer. Reconhecer e, claro, me devolver algo. Algo que me preenchesse.  Uma espera incansável.

Uma espera assim: “na próxima vou fazer ainda melhor e a recompensa finalmente virá”. E eu pensava: Como esperei mais (porque a espera é assim, ela só aumenta), serei recompensada mais ainda. O próprio esperar já fazia parte de ser boa, de ser recreadora, de tirar nota 10. Esperar quietinha sem reclamar vai me levar em algum lugar.

Acho que a espera é uma companheira fiel de quem pensa assim. Uma espera esconderijo, esperança triste, que nos acompanha, enquanto tentamos indiretamente preencher esse algo dentro que está tão vazio, com algo fora que seja tudo menos nós mesmas.

E então, fui percebendo: o “outro” foi minha prioridade, ser recreadora era uma profissão, um diploma que eu carregava. Tanto por eu sentir demais o que “outro” sentia e precisava – por ter nascido assim altamente sensível – e também quanto por ter desenvolvido desde cedo como defesa de “sobrevivência” comportamentos codependentes: ser útil, não incomodar, resolver a tensão e desconfortos da minha casa, esconder o que tava sentindo, precisando, etc. Adicionando a isso o fator social que nós mulheres, somos encorajadas pela sociedade a nos vermos assim. Nós, mulheres, somos santas, compreensivas, nós trazemos a paz, e somos e seremos a razão da felicidade do viver dos nossos parceiros, familiares, amigos, e depois filhos se os tiver. Somos luz, raio, estrela, luar e manhã de sol, “aiai” e “ioio” se precisarmos ser.

Mas sabe o que eu descobri? É exaustivo ser raio, estrela e luar das pessoas. Ninguém havia me contado dessa parte. E a música certamente não diz isso.

A grande maioria de nós, pelo curso “natural” da vida, também aprendeu na infância, algo que pra mim me marcou muito: POUPAR. O outro, os familiares. A recreadora vive poupando. Quem se tornou codependente desde cedo, muito provavelmente se sentia algum tipo de incomodo ou fardo, que dava muito trabalho e parecia distrair os adultos das coisas mais importantes do que nós que eles tinham pra fazer. Algumas de nós aprendemos: somos amadas porque somos responsáveis, úteis, práticas, “nos cuidamos” sem pedir muita coisa, e cuidamos muito bem do outro.

E então ou pela infância, ou pela cultura,  quase todas nós internalizamos um pouco disso em alguma instância. E faz parte mesmo do viver ter um pouco disso.  Afinal, infelizmente ou felizmente, nesse planeta maluquinho nosso as coisas ficam confusas mesmo.  Parece que é pra ser assim porque é assim que se aprende e cresce por aqui. E parece também que a tarefa seja exatamente inverter isso: viver é aprender a seguir o nosso próprio caminho. Nos individuar. Nós tornamos nós mesmas: “Torna-te”. E os desafios foram lançados. A todos. O arquétipo da recreadora esta por ai, no ar.

Comigo foi assim. Sem perceber, defini para mim desde cedo: a minha prioridade como ser humano no planeta terra é ou deve ser: Fazer o outro “se sentir bem” – tirar o outro de qualquer tipo de sofrimento, tensão ou desconforto, e por um tempo isso pareceu que me levaria há algum lugar, e levou, atraiu muita gente também.

Mas eu me via e me achava tão diferente disso sabe? Não me via como uma agradadora. Isso parecia uma fraqueza que eu jamais admitiria. Então me enganei a achar que eu me achava fodona – na cama eu esculacho. Achei que se eu tava fazendo isso “de agradar” era para o meu próprio bem porque ganharia algo em troca. Que eu obviamente estaria me priorizando. Que eu estava me cuidando dançando essa dança. Que eu estava aonde? Sim, no controle. Sempre achei isso.

Então eu me tornei uma pessoa “boa”, ou “recreadora”, “bem resolvida”, ou uma “fortona”. Porque neste papéis todo mundo gosta de mim ou precisa de mim. Ou eu não precisava de ninguém. E tudo fica bem. Felizes para sempre. 

Hoje vejo claramente como era a recreadora dentro de mim agindo. E como isso é forte pra mim. E neste processo de mudança que estou, observo tantas vezes: O instinto de recrear tá ali em tudo, o tempo todo, quando você passou uma vida querendo proteger, poupar, tirar o outro do seu desconforto.

Percebo que confundi esses instintos codependentes de: proteger o outro (antes de mim), cuidar do outro (antes de mim), deixar o outro confortável (antes de mim) com AMAR. Entendi que amor era: sempre, fazer o outro se sentir bem – e rápido, tirar o outro de qualquer agonia, culpa emocional, principalmente se a culpa fosse “causada” por mim.

E confundi recreação com viver.

Isso me ajudou a ter a ilusão de controle nas relações.  Me fez parecer conseguir de alguma forma burlar o medo de perder as relações. Porque se o outro se sentir bem não corro o risco de perder o outro, certo? Isso parecia me proteger de ser rejeitada, de ser conhecida. Se eu focar no outro, não preciso me mostrar: inteira – como sou realmente, imperfeita, em dúvida, nem tão boa, nem tão luz, raio, estrela e luar, mas também nem tão ruim. Apenas um ser humano latino americano, como todos os outros.

Mas como age uma recreadora? E o que precisamos saber para podermos começar a mudar?

 

Agora, vamos para a SEGUNDA PARTE DESTE TEXTO NO PRÓXIMO POST, clique aqui. Nele vou te contar alguns exemplo cotidiano de como a recreadora em nós e o que precisamos saber para começar a transformar isso.

 

E como sempre eu quero muito saber: Como é isso pra você, me conta, nos comentários abaixo, tudo sobre o que sentiu, sobre como é isso pra você? Eu sempre amo ler vocês e tê-las aqui.

p.s.: Até amanhã, domingo, 07/10/18, fica no ar a aula que gravei com tudo que queria que tivesse me falado sobre codependência, limites e amor-próprio: https://www.youtube.com/watch?v=3uAZGeOI-j0

Assim com o prazo pra se inscrever no meu novo projeto: SURTEI A TOA, que criei pra gente poder se aprofundar nestes 3 temas, para saber mais: www.surteiatoa.com.br