Ontem (21/11) fez 2 anos que meu pai morreu/fez-a-passagem/desencarnou. Esta data sempre será muito, muito importante pra mim. É um pouco estranho pensar, uau, já se passaram 2 anos. 2 anos do dia em que a minha vida mudou completamente da noite para o dia. Sim, a morte do meu pai mudou profundamente a minha vida. Como pode: “A Morte mudar profundamente a Vida. A morte, a vida. É um daqueles momentos da vida em que a gente percebe que na pior experiênica tinha as melhores transformações, e quem sem elas… bem sem elas… quem vai saber. Mas a gente sabe que precisava delas. Eu me sinto grata por ter sido tudo como foi. A pior dor que eu já havia sentido a na vida, e ao mesmo tempo o maior presente. A maior dor do mundo, o maior coração partido, maior tapa na cara. E ao mesmo a experiência mais transformadora, rica e talvez tão necessária. (conto mais sobre isso numa carta abaixo)
Quem eu seria se tudo isso não tivesse acontecido? Pergunto, eu.
Não sei, e não quero dizer que foi fácil ou que é lindo, quando digo que sinto que me tornei alguém melhor pra mim e pras pessoas que eu amo. Mas é também lindo, por isso e por tantos outros motivos. E é também horrível, péssimo, insuportável e suportável ao mesmo tempo. “A morte ensina a viver”, pra quem fica, foi o que eu aprendi, foi o que eu passei a pensar. E a morte também é alguma forma de amor, de quem vai. A saudade também. Quem me dera ainda reter tudo que eu consegui sentir e enxergar depois que meu coração se partiu em milhares de pedacinhos. Quem me dera poder me manter naquele estado em que a gente fica onde vê a finitude de tudo e da um valor tão diferente a tudo. Mas entendo que não é assim… vamos aprendendo aos pouquinhos, cada um o que consegue dar conta.
E ontem foi um dia emocionante e também tranquilo. Sinto que tenho feito bem, de alguma forma, a minha tarefa do luto e de continuar a minha relação com ele.
E eu queria tanto poder escrever um texto longo para que esta história faça mais sentido para você, escrever sobre a nossa relação, o último ano dele em vida, com foi o luto, como me sinto hoje e o que penso sobre isso e tantas outras coisas, mas hoje serei mais sucinta.
Quero enfatizar que não romantizo (claro que devo fazer isso em outros níveis, ou áreas, de alguma forma com ele) minha relação com meu pai porque ele morreu. Nossa relação, por diversos motivos sempre foi muito desafiadora pra mim, e eu tenho bastante consciência da pessoa imperfeita que ele foi.
E hoje o que eu gostaria de adiantar antes de um texto mais profundo sobre tudo isso, sobre a minha experiência, afinal, eu não sou nenhuma especialista no assunto, então só poderia contar a minha experiência que é muito única, como a de todas as pessoas são, e ao mesmo tempo é também tão universal como todas. E que por ser universal, acredito que sempre é bom escutar como foi qualquer pessoa passar por qualquer experiência, não é mesmo?.
Então queria dizer que para mim, na minha experiência tem sido assim: A nossa relação continua. Não que eu tente falar com ele em espírito, mas falo com ele dentro de mim: com o pai que internalizei, que congelei dentro de mim, que mantive longe de mim emocionalmente por tanto tempo, que tantas vezes não lhe dei espaço pra existir na minha vida, o pai que senti como ausente e tantas outras coisas e que quis machucar.
Nestes últimos anos, em recuperação da codependencia tenho descoberto o que é ser FILHA. E tenho cada dia mais me “trabalhado” – porque não é algo natural para mim – me tornar FILHA: saindo da posição de controle, de superioridade, de codependencia, de invulnerabilidade, de achar, de alguma forma, que era eu casada com ele e que eu deveria dar um jeito nele.
Hoje percebo que a verdade é que por mais que eu tenha brigado a vida toda com esse cara, meu deus como no fundo eu e sou apaixonada por ele. Vou descobrindo como sempre há espaço pra sentir tudo, ambivalentemente, sobre alguém, amar, odiar, estar triste, estar grata, estar bem, sentir falta, estar em paz.
E hoje a forma que eu pensei honrar essa data, já vocês sempre me pedem para falar luto, e quando me falam “Ari, fala sobre luto” eu me pego pensando “O que será que essa pessoa quer dizer ou quer saber quando me pergunta isso?” é perguntar pra vocês: O que é que vocês gostariam que eu falasse sobre luto? Conforme as questões aparecerem, o que eu achar que pode ser válido aqui pra gente, vou organizando para responder pra vocês sobre isso de uma maneira melhor. Obrigada!
Enquanto isso, deixo aqui 2 TEXTOS, que escrevi:
UMA CARTA que escrevi, uma 20 depois dele morrer, quando consegui finalmente falar sobre tudo que tava vivendo, como tudo aconteceu repentinamente, e como estava me sentindo.
UM TEXTINHO que escrevi pra ele no último dia dos pais dele em vida, e que ele pode ler. Nessa época eu tava começando a trabalhar a nossa relação, buscando me reaproximar dele internamente e externamente. Fico feliz de poder ter enviado isso pra ele. Apesar de parecer ter faltado tanto tanto por falar, ainda pude dizer algumas coisas importantes pra ele em vida, e pude fazer um pouquinho mais disso cada dia até o dia dele morrer. Fiz por mim, e foi muito bom, mesmo parecendo pouco me sinto em paz por ter feito o melhor que conseguia na época.
A CARTA que consegui escrever 20 dias depois da sua morte contando um pouco da experiência que tava vivendo:
Este é o post mais difícil e emocionante que já escrevi. Fiquei 2 semanas sem escrever por aqui (instragram profissional e pessoal da época), simplesmente porque eu não conseguia dizer nada.
O motivo da minha ausência foi: O falecimento do meu pai – a sua passagem para outro plano.
Hoje consegui escrever sobre o assunto:
Meu último post publicado foi domingo dia 20/11, menos de 24h antes dele partir. Conto isso, porque eu escrevi aquele post tão emocionada falando sobre como são as pessoas que me aproximam de Deus, pois um dos motivos que me fez me emocionar tanto foi ter conversado com meu pai, naquele dia ao telefone.
Sem saber que aquela seria a nossa última conversa.
Foi uma conversa breve, ele havia desmaiado, e eu achava que ele estava apenas com fome… mas, naquela conversa breve pude rir, sentir ele perto de mim, e me sentir mais conectada com o meu pai do que nunca.
Como eu já comentei antes eu tive muitas dificuldades na minha relação com meu pai ao longo da minha vida, mas, nos últimos anos vínhamos nos aproximando e este ano em particular foi especial.
Nos nossos últimos meses a nossa relação estava mais bonita do que nunca. Eu nunca havia me sentido tão conectada com ele. Eu pude dizer coisas para ele que nunca havia dito, e também pude escutar o que ele tinha para me dizer, que não havia me dito antes. Nós estávamos na nossa melhor fase.
E por isso falar com ele ao telefone naquele domingo foi tão gostoso que me fez chorar… pois me senti mais próxima do que nunca.
Mas, naquela mesma noite ao chegar no hospital, ele logo foi internado na UTI às pressas – era muito mais grave do que poderíamos imaginar.
Quando escutei UTI no telefone, parte minha já sabia: nossa despedida era iminente. Mas, você não quer acreditar.
Olhei no celular e vi que já estávamos na segunda-feira do dia 21… e algo em mim me então me disse: seria dia 21. O dia dele ir. Você sente mas, não quer acreditar.
Pelos aspectos astrológicos no meu mapa, eu também já sabia que ele poderia partir a qualquer momento. Mas, você não quer acreditar.
Aquela foi uma madrugada doída, tensa, pesada. Tudo estava diferente. Havia um pesar diferente em todos. Eu estava me despedindo, mas não queria acreditar. Durante aquelas horas pude reler nossas últimas conversas, falar sobre ele e passar o tempo, mesmo longe, com ele desta forma…
E mesmo assim você não quer acreditar: vai ser assim, está acontecendo… agora.
Você não quer acreditar que está sentindo “o fim”. E foi.
Naquela segunda-feira, do dia 21, às 5h da manhã meu amado pai, o cara mais interessante, vivo, ousado, complexo e simples que já conheci se foi deste plano. O meu primeiro amor e a primeira grande perda.
Eu não saberia explicar o que se sente ao ouvir no telefone, quilômetros de distância, que o seu pai morreu. É simplesmente impossível explicar o que acontece. É como se você entrasse num túnel, profundo, de dor.
É o tudo e o nada. É um mix de emoções juntas como nunca antes: Amor e Dor. Lágrimas mas também sorrisos. Lembranças e lamentações. A total escuridão e a total visão. O desespero e ao mesmo tempo uma calma estranha, como se o tempo parasse… é a falta de ar e vontade vomitar.
Dói e doeu como nunca havia doído antes. Eu nunca havia sentido nada como essa dor. Sempre ouvi dizer o quanto era doloroso e duro esse momento, mas, por arrogância da minha parte, eu nunca imaginei que seria tão forte assim.
E… ao mesmo tempo, como a Vida sempre é: eu nunca senti tanto amor, eu nunca me senti tão amada… por ele e pelas pessoas queridas que fazem parte da minha Vida. Eu nunca recebi tanto.
A dor da morte de um pai faz você se transformar de um segundo para o outro.
E a dor da morte é também o seu maior presente.
E foi isso que eu descobri, e estou descobrindo, ao passar por ela.
A morte, acima de tudo, tem sido para mim, um renascimento. Renascer para quem vai e para quem fica. E só renasce quem morre, e só morre quem vive. Para isso é preciso viver a morte. E não resisti-la. É preciso deixar que cada emoção intensa te visite, te parta em pedaços, te limpe, te mostre, te desorganize para te reorganizar… aos poucos… numa vida toda. Longe de mim querer dizer que existe maneira certa e errada de se viver a morte. Cada pessoa tem o seu luto. Mas esta tem sido a minha experiência.
E eu estou aqui, renascendo. Depois da morte você se torna outra pessoa. Parte minha morreu e outra acordou de um sono profundo. Mas só o tempo e a consciência vai dizer o quanto essa nova chance, esta nova vida, esta nova pessoa vai criar raízes em mim, e em quem passa por esta oportunidade.
A morte é o último presente deixado por quem foi.
A morte te tira um véu. É a vida na sua versão mais crua. Te trazendo um puxão de orelha, um alerta. São as grandes fichas da Vida caindo. Na verdade, é um prêmio para quem passa por ela.
Por causa dela eu pude conhecer meu pai como nunca. E pude ver em mim e nas pessoas que mais amo as sombras que mais negamos. Porque além da dor da perda, no meio desse turbilhão, muitas coisas vem a superfície, em você mesmo e nas pessoas da família. Verdades veladas são reveladas, e mesmo isso sendo mais doloroso e confuso ainda é também um presente. É uma nova chance de cura para todos.
E é isso que queria dizer pra vocês, e que não conseguia antes.
Eu não conseguia dizer nada… só sentir. Só me entregar. Só me aquietar. Só viver este luto. E sigo nele. Ainda bastante fragilizada.
Eu sei da teoria, eu sei que a vida segue e que a morte não é o oposto de vida, e sim do nascimento. Mas é preciso viver a morte, suas fases e processos, para receber todos os seus presentes.
A morte está me ensinando.
Este é o presente final do meu pai para mim.
Ele não só me deu a Vida, seu amor, o seu melhor e seu pior. Ele me deu seu maior presente: aos meus 30 anos nos deixar, ir embora fisicamente, por ser uma alma amiga que se propõe a isto para me dar um novo nascimento.
Pois, nada mais é igual. A mudança é celular. É a Vida me mostrando o que é essencial. A vida me despindo e me ensinado quem eu sou de verdade através do meu pai. Não haveria ato de maior amor por mim do que viver exatamente do jeito que ele viveu e morrer agora.
Hoje 2 semanas depois vivendo este processo tão delicado o que me resta são as saudades, as dores, altos e baixos do processo, e todo o amor, as lições eternas e principalmente, e acima de tudo, a Gratidão.
Gratidão pelos ensinamentos! Gratidão por toda essa dor que me trouxe tantos presentes. Eu nunca e jamais aprendi e aprenderei tanto em 2 semanas.
Gratidão por estar aprendendo num nível tão profundo sobre o quanto posso ser egoísta e mesquinha no amor. Gratidão por poder aprender como eu perco tempo com tanta coisa inútil. Gratidão por estar aprendendo o quanto eu ainda resisto a Vida.
Gratidão Pai, Valdir, pela sua morte me ensinar o quão pequena, descuidada, ingrata eu fui e posso ser em relação a quem eu amo. A sua morte está me ensinando sobre o verdadeiro valor da Vida e do Amor. Sobre o quão breve e efêmero de fato tudo isto é. E não na teoria. Na prática. Você está me ensinando da única maneira que se aprende… na prática. E eu estou tendo o privilégio de aprender isto cedo, e para que eu não precise perder tanto tempo.
Infelizmente pai, algumas coisas a gente parece só conseguir entender depois que perde algo… mas, ainda sim, antes tarde do que nunca, a sua morte está me ensinando que eu posso aprender muito! Posso aprender com as minhas irmãs: sobre como elas amam, sobre como elas enxergavam coisas que eu não via. Posso aprender como outras pessoas te amavam de um jeito que nunca imaginei e desfrutaram de ti. Posso aprender com a tua Vida, a tua maneira incansável e ousada de viver cada segundo.
Agora que eu te enxergo melhor estou aprendendo mais ainda com você!
A sua passagem está me ensinando de uma maneira muito mais real e profunda, a maior lição da Vida: Que eu nada sei. Que o meu ponto de vista não é melhor que o do outro, que eu tenho muito a crescer no amor, que os outros tem muito mais para me ensinar do que eu dou valor.
Pai, estarei sempre honrando sua vida e sua morte me tornando cada dia mais um ser humano melhor.
Gratidão por ter sido tão perfeito desde o primeiro dia, no nosso melhor e no nosso pior, até o seu último dia aqui na Terra.
O meu medo hoje é só o medo de esquecer. Esquecer tudo que descobri sobre você, sobre o amor, sobre a Vida e sobre mim. Esquecer desse amadurecimento.
Mas entendo tudo isso que faz parte do processo. Tudo é um processo.
Neste ano tão desafiador para mim (e muitos de nós) que em tantos momentos perdi a Fé em mim, em Deus. Foi com esta vivência de morte e tanta dor que eu aprofundei a minha Fé como nunca havia antes.
Neste momento, ainda em confusão, dor e muita gratidão, o que posso e estou fazendo é olhar para quem eu sou, o tempo que me resta, as pessoas ao meu redor, a minha vida, meu passado e meu futuro, e principalmente o meu presente, e escolher de novo.
Essa tem sido a minha experiência. Por mais que tenhamos a teoria, é preciso viver tudo para que possamos ser transformados. E sigo aqui, resolvendo internamente todas as questões entre eu e ele, pois seria lindo apenas romantizar tudo isto mas na prática o amadurecimento continua! E por mais que eu esteja aprendendo muito, ainda há muito, mas muito mais por vir!
Minha reverência a quem já viveu este processo e minha coragem para quem ainda vai passar.
Que possamos relembrar o quanto somos humanos, e o quanto a dor e o amor também são parte da nossa experiência por aqui. Que a gente saiba não resistir a nenhum deles.
A vocês queridos amigos e parceiros de Vida que já sabiam através do Facebook pessoal, eu agradeço eternamente, como toda a força do meu coração, todo o carinho que recebi porque ele foi MUITO IMPORTANTE E NECESSÁRIO. Vocês não têm ideia.
Vocês acolheram, me acalentaram, me apoiaram. Vocês tiveram empatia, amorosidade e generosidade com o meu momento. Eu senti daqui toda energia do amor, carinho e a luz de vocês enviada pra mim, pro meu pai e para a nossa família.
Vou respeitar o meu tempo e voltar a escrever por aqui conforme o fluxo. Seguimos juntos.
Valdir Ivo Schlösser, o Alemão. Deixou aos 72 anos de idade 7 filhos, 1 esposa e 2 ex-esposas, e um legado de VIDA, pois ele viveu até o seu último segundo, e essa é a sua maior contribuição!
Que ele esteja sendo amparado por todo amor, dos que já foram antes, lá do outro lado.
Com amor e saudades, sua filha, Ariana ♡
O TEXTINHO que fiz pra ele no último dia dos pais:
“Ele é apenas um homem, sempre foi. Mas há muitos anos atrás quando eu era apenas uma criança ele era tudo. Como eu aprendi com esse homem e com essa criança!
A criança era apenas uma criança. Como todas era exigente, queria ter recebido tudo o que eu queria ter recebido do jeito que queria… e aquele homem e era apenas um homem.
Quem errou? Quem acertou? Eu e ele! Somos tão iguais eu e você pai. Somos lindos na nossa inocência. Fizemos o melhor que sabíamos.
Hoje eu te honro, te enxergo e te agradeço por tudo que você é. E hoje pai te honro principalmente pela a sua imperfeição porque ela é o que eu mais preciso aprender sobre mim mesma!
Sabe pai, um dia muito cedo decidi me fechar para você… pra não sentir sua falta, e decidi me fazer de forte. Meu Deus pai, que grande bobagem eu fiz. Você acredita que eu acreditei que ninguém mas iria poder me machucar? Foi a maior besteira que eu fiz: tentar não deixar ninguém me machucar mais me fez me fechar para a Vida e para sua maior experiencia: o Amor. Obrigada por me ensinar que Amor me pede para estar aberta a me machucar outra vez, que para amar eu preciso estar disposta, abrir mão das minhas tentativas infantis de controle e meus medos de ser ferida. Obrigada por ser o pai que eu escolhi para me ensinar essa gigantesca lição, a maior da Vida. Obrigada por ser essa alma amiga que se prestou para fazer esse papel na minha jornada.
Obrigada por ter me dado a minha qualidade favorita: a sua ousadia e coragem! Obrigada por ter feito o melhor que podia desta linhagem germânica da qual viemos, que carrega tantas marcas e que você com certeza conseguiu superar muito. Nem consigo imaginar o que foi viver a sua infância.
Obrigada pelo bom gosto musical, amor a cultura, leitura, as aventuras. Obrigada pelo amor ao fogo! Amor as montanhas, a natureza… amor a beleza, a paixão e a vida. Obrigada por não ter deixado a vida te vencer. Obrigada por ainda estar aqui para eu te falar tudo isso. Obrigada por me perdoar e me amar do seu jeito.
Agradeço a Vida que me deu. Agradeço o dia em que se uniu a minha mãe para construir a nossa família. Obrigada pelo início, o fim, o meio e o recomeço. Obrigada meu pai.”
*Na fotinho, nossa última juntos. E eu lembro de me perguntar pra ele nesse dia: Pai você tem medo de morrer? Eu não lembro o que ele respondeu. Mas que bom que a gente tirou essa foto ♡