Olha esses olhinhos felizes de quem tá vivendo! (E pensar que há um ano ainda tava tudo muito dolorido aqui dentro. O tempo é bom, aprender a se tratar bem também!). Essa sou eu na semana passada em Buenos Aires, uma das cidades que eu mais visitei e que mais me deram história pra contar até hoje. Botei como meta em 2019 dar o meu melhor no meu trabalho e na mesma proporção me dedicar a mim, ao meu prazer e ao que me faz bem.
Eita. E o que me faz bem?
Parece óbvio, né? Parece que a gente nasce sabendo isso – e de repente até nasceu sabendo mesmo – mas algo acontece no meio do caminho que faz a gente se perder disso. Ou talvez a vida seja mesmo: a aventura de descobrir do que se gosta e nunca se definir totalmente. Não sei.
Eu, por exemplo, não sabia que amava viajar desse tanto!
Aliás, a gente gosta de viajar, de se aventurar ou de explorar? Eu não sabia que eu precisava me aventurar pra me sentir viva. Durante muito tempo, eu esqueci que me sentir viva era uma necessidade.
Quando comecei a me conectar com as minhas necessidades, não sabia que o prazer e a aventura estariam incluídos, achei que isso era tipo artigo luxo, que aconteceria se tivesse que acontecer. E eu tinha objetivos maiores: consertar todas as minhas imperfeições, ler todos os livros, aprender a “me comportar” de algum jeito que não o meu.
Fico embasbacada ao pensar: Como pode algo que parece não ter um “fim” em si, uma meta, dar tanto sentido a todo o resto? O sem sentido as vezes é o que dá mais sentido, não é?
É a arte. E eu sempre amei a arte por isso.
Mas como se sabe do que se gosta? E quem sou eu?
Eu achava que não era a pessoa do homus…
Até que um dia eu me vi na minha cozinha fervendo grão de bico e fazendo minha pastinha com limão e alho, feliz da vida, sendo adulta!
Uma vez eu achei que não era do esporte, até que um dia comecei a correr, depois conheci o tênis, a altinha, e esse ano quero me matricular no futebol.
Você já passou por isso?: “O que eu rejeitava, agora me atrai”.
Aquela pessoa que nada tinha a ver, de repente a gente começa a entender.
Aquela que a gente entendia, de repente não tem mais a ver com a gente.
Percebo que eu rejeitei tantas coisas e pessoas na minha vida “que não eram eu” e que agora eu vejo, uau, elas são muito mais eu do que eu poderia imaginar!
E talvez eu as tenha rejeitado justamente pra não me conectar com elas. Para não me conectar com quem de fato poderia ficar e fazer me sentir mais viva.
Louco isso, né?
E aí entra essa coisa do “autoconhecimento” que todo mundo fala e que eu jurava que era ler muito sobre autoconhecimento. Mas não era (só) sobre os livros…
Eu acreditava que eu me encerrava aqui por exemplo: A Ariana gosta muito de ler. Agora, vamos resolver a vida e ponto.
E eu gosto mesmo de ler, desde pequena. Mas percebi que me apeguei a essa identidade porque os livros também foram meu escudo, muitas vezes me protegendo da vida.
Às vezes, aquilo que a gente gosta se torna também um esconderijo, impedindo a gente de gostar de outras coisas. Ao mesmo tempo que para sabermos nossos limites é importante sabermos o que não gostamos.
Mas pra saber do que gostamos ou não gostamos, é preciso experimentar as coisas. Estar em contato com o novo.
“Hmmm, então você, Ariana, ser esquisito e lindo que vive dentro de mim, gosta e precisa se aventurar.”
Depois que descobrimos do que gostamos, precisamos tomar providências para que isso aconteça: o prazer, a aventura, nos sentir vivas.
Sim, tem que abrir tempo na agenda, disponibilidade no coração, ter as conversas internas que possibilitem isso. Ahhh, essas conversas internas possibilitadoras ou sabotadoras…
Nessa coisa de me recuperar, cada vez fica mais claro que, se existe alguma cura, ela é: ser feliz.
E eu meio que odeio isso, porque é muito brega, simples e clichê. Não dá uma raivinha? Rs. Mas acho que não vai dar pra ser diferente. Pra ser feliz a gente tem que de fato: ser feliz! Sabe? Ir em busca disso. Desejar isso. E calma, isso não significa não sentir dor e se doer quando dói. Porque é preciso doer. É preciso passar pelos processos, os fundos do poços necessários, as transformações e tudo mais.
E que bom que estamos todos entendendo devagarinho que ser feliz não é não sentir um monte de coisas ruins, e também não é só fazer o que dá prazer.
A gente foi ensinado, principalmente pela indústria da felicidade, que é errado ser confuso enquanto se é feliz. Que felicidade não vem junto com se sentir meio perdido, meio achado, meio triste, meio alegre, meio vivo, meio morrendo de outras formas.
Ser feliz talvez seja só lidar bem com a confusão que é viver, aceitar o que dá pra ser (que já é difícil pra cacete pra quem não aprendeu isso) e conseguir se abraçar a noite e se dizer: tá tudo bem meu amor, eu tô aqui com você.
Ao mesmo tempo, ser feliz e se recuperar também tem muito a ver com ter prazer, fazer o que se gosta, ser livre, espontânea, se aventurar, se jogar na vida, explorar sem sentido por aí…
Tem a ver com descobrir o que é que faz a gente sentir isso de fato, e talvez descobrir o prazer na própria busca.
Acredito que a gente tem muito fogo dentro da gente sabe? E quando esse fogo não tá ardendo pra vida, ele queima a gente por dentro. Ele me queima, me machuca, me dói. Eu preciso arder pra fora todo esse brilho maravilhoso que meu fogo tem, porque ele ilumina.
Não sei o que é felicidade, mas ela tem sido parte da minha recuperação. E ela envolve peitar a vida, mas não de forma agressiva. Abrir o peito que sente tudo e ainda assim se dar uma chance de comparecer para a grande aventura que é essa vida.
Eu não sei o que é felicidade, mas ando mais feliz!
Com alegria, e muito amor,
beijos da Ari.
p.s.: adorei compartilhar essa viagem com vocês e tanta gente gostou de poder ver (e até já tá comprando passagem pra Argentina, rs) que separei tudo nos destaques dos stories do insta pra quem quiser ver ou rever. Caso você ainda não me acompanhe por lá (pouxa vida!), eu tô no: @eu.sou.ariana
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