Gente, tô louca pra gente entrar nesse assunto, porque pra mim foi tão REVOLUCIONÁRIO entender o que é ser “Altamente Sensível” (highsensitive) e saber que tem toda uma pesquisa séria da psicóloga Ph.D. Elaine N. Aron e sua equipe desde 1996, e que vem ganhando tanta profundidade ao longo dos anos. Foi e é revolucionário porque até hoje é difícil pra mim validar e amar essa sensibilidade toda que se passa aqui, porque isso definitivamente não foi validado durante a minha vida e hoje sei que sou eu quem tem que fazer isso por mim! Espero que te ajude por aí 😉
E eu acredito que tem tudo a ver com nossos papos porque ser altamente sensível faz a gente buscar autoconhecimento, espiritualidade como uma forma tanto da gente tentar se entender, entender o mundo, como da gente tentar tipo “se curar disso” sem saber que é o que estamos fazendo, ou seja pode fazer a gente cair no tal spiritual by pass (dá uma olhada no que falo sobre ela na minha aba quem sou).
E faz um link muito grande com a codependencia pois se você é os dois, você por codependencia já aprendeu a “ler” o ambiente da sua casa desde cedo, e aí sendo altamente sensível, você de fato era afetado pelo o que os outros tavam sentido, o que duplamente pode fazer você querer salvar sua família e/ou ajudar os outros a sairem daquilo que estão sentindo. Entendeu?
E aí sabe qual é o perigo disso? Você se abandona! Você põe o outro a frente de você, porque consegue sentir tanto… Mas e aí, e tudo aquilo que você sente, faz o que? E se você tentou ser a fortona sempre, o que estamos fazendo com tudo isso que acontece aqui dentro? Isso são coisas que tenho descoberto aqui no meu caminho do Amor Próprio Real e que quero compartilhar com vocês.
E vou te falar até hoje ainda é difícil pra mim aceitar e lidar com toda a minha sensibilidade, foram tantos anos chorando escondido, ouvindo que era bobagem, que eu não poderia sentir tudo que eu sinto, foram tantos anos ouvindo que deveria negar minha tristeza, minha raiva, que tudo isso ainda é automático em mim as vezes. E tenho aprendido que tudo bem. Afinal… já sabemos que o negócio é despacito (mesmo que a gente continue surtando de vez enquando querendo acelerar tudo né?).
Quando entendemos que é isso que nos ocorre, a gente vai se entendendo e fazendo as pazes com nós mesmas, e vamos nos empoderando do nosso sentir, e aprende também o que fazer com ele, e com quem compartilhar com segurança, sem precisar se expor desnecessariamente e também sem precisar engolir e ficar com tudo guardado dentro de nós.
Aprendemos a compartilhar nossa sensibilidade com quem ama a gente como somos e nos entende.Gente que faz a gente se sentir bem com quem somos! Não porque estas pessoas vão nos ajudar a carregar nossas questões mas porque elas vão andar do nosso lado e sorrir e segurar nossa mão quando for preciso, sem nos julgar.
E já tem bastante material para pesquisar, existe o livro em Português que só descobri agora, porque comprei o meu em inglês, e tenho encontrado muita coisa sobre o assunto, e vou compartilhando com vocês meu processo, meus desafios e claro a parte linda de ser assim, por é delicioso também. O livro aqui no Brasil se chama: “Use a Sensibilidade a seu Favor – Pessoas Altamente Sensíveis” da Elaine N. Aron, da editora Gente.
O estudo é serissimo! Ela faz questão de mostrar a pesquisa por de trás, e acho isso mega importante porque seria muito questionável a teoria dela sem todo esse embasamento. E novamente a gente ia se voltar pro mundo só do “espiritual”, “autoconhecimento” e do invisível como fuga, e sem provas.
Ela diz que 20% da população é altamente sensível (pelo menos 1 em cada 5 pessoas em todo o mundo) e olha que interessante: isso não acontece só com nós humanos, mas sim com pelo menos outras 100 espécies de animais desde moscas, cães, gatos, a macacos, como uma estratégia de sobrevivência.
Em resumo a alta sensibilidade é necessária entre algumas das “pessoas” de espécie porque é uma capacidade de processar tudo a volta mais profundamente (o que os desgasta mais) mas que protege ambiente. Por processarmos mais refletimos mais sobre os assuntos, elaboramos ele, e fazemos associações. E isso traz grande ajuda a todos ao nosso redor se soubermos usar isto.
Agora vamos a parte prática:
Elaine diz: “Quando você sabe que você é altamente sensível, isto reconstrói a sua vida”.
E isso é e foi tão, tão verdadeiro pra mim. Aqui, pensando apenas rapidamente, algumas das coisas que mudaram na minha vida e como descobrir eu que era altamente sensível me ajudou:
- Me ajudou a ressignificar com-ple-ta-men-te a minha infância e adolescência (que eu tinha muitaaaa vergonha e dor entalada sobre isso).
- Parar de me culpar e começar a me perdoar (estou no processo) por ser diferente e me forçar a me adaptar.
- Me fez me cuidar muito mais, e assim podendo curtir mais a vida; e paradoxalmente, me ajudou a curtir mais coisas que antes não ia conseguir porque era muito sensível.
- Pude explicar para pessoas perto que sou assim, e isso foi bem bonito e legal.
- Em resumo: quando me lembro e me respeito sempre muda totalmente a forma como me relaciono com o mundo e comigo mesma.
O TESTE:
Agora, descubra aqui se você é altamente sensível no teste* abaixo da Elaine N. Aron!
*Eu comento cada pergunta do teste, porque de repente pode te ajudar… vou misturando assuntos como codependencia porque acho legal a gente poder fazer estes links, sempre com objetivo de não nos pôr numa caixa mas sim ajudar a gente a se perdoar, se entender e nos darmos o que precisamos, e finalmente fazer o que a gente sempre quis: Se amar mais, se aceitar mais, e se libertar mais para sermos mais quem somos!
Anote quantas destas questões são verdadeiras para você:
1. Pareço estar atento e percebo as sutilezas do ambiente.
(Ari: sim, mudanças de som, os barulhos que quase ninguém escuta, até mudança de temperatura, mudanças de humor das pesoas, qual é o clima emocional do ambiente, coisas que ninguém percebe nos outros, nas coisas….. no ar… e claro, a poesia das coisas, da vida…)
2. O humor das outras pessoas me afeta.
(Ari: Ooo yes, a gente saca o que tá pegando com cada um e sente o que os outros tão sentindo as vezes quando nem eles se permitem externalizar…)
3. Costumo ser muito sensível à dor.
(Ari: eu me criei como fortona, fui me desensibilizando nesse sentindo (codependencia). Por exemplo, aprendi a trancar o xixi por tempo demais, aprendi a suportar dor física muito além do que aguento e precisava, e ao saber que precisava me conectar mais com meu corpo e com meu sentir tenho percebido como eu me abusava antes, e não sentia minha dor física. Hoje tenho me permitido sentir a minha dor tão mais e gente, isso é incrível porque isso está me mostrando onde devo ficar, o que é bom pra eu fazer ou não, e quando começa a doer fisicamente, ou emocionalmente e pôr limites onde antes eu não colocaria! Codependencia também agradece!)
4. Em dias muito agitados, sinto necessidade de me recolher, ir para a cama, um quarto escuro ou qualquer lugar onde possa ter alguma privacidade e afastar-me do excesso de estímulos.
(sim, e sempre tive vergonha disso… todo mundo curtindo tudo a milhão e eu querendo conseguir organizar meus pensamentos de novo… muitas vezes tomar um banho no meio do dia ajuda a resetar também!)
5. Sou particularmente sensível aos efeitos da cafeína.
(Sim! Café, guaraná, mate… o café tirei completamente já fazem anos porque o efeito era praticamente igual a cocaína no meu sistema).
6. Luzes ou cheiros fortes, tecidos ásperos ou sirenes me perturbam facilmente.
(Nossa, sempre fui chatíssima com tecidos que pinicam, desde pequena odeio meia calça. Sirenes e luzes piscando por muito tempo a distância podem me deixar bem doida. Sinto cheiro antes das pessoas, e luz branca me incomoda demais.)
7. Tenho uma vida interior rica e complexa.
(tá essa eu nem preciso falar nada: são TANTA emoções, não é minha gente! Eu desde sempre escrevendo meus poemas, fazendo arte, buscando, sentindo e tentando entender a vida…)
8. Sons altos demais fazem com que eu me sinta mal.
(Umas das coisas que mais me incomodam. Consigo ouvir celulares vibrando e tocando em outros comodos… se algum eletrodoméstico estiver fazendo algum barulho estranho, mesmo que baixinho, aquilo me perturba. Música saindo do celular com ruído, ou baixa qualidade, também me deixa louca e me irrita, e apesar de ser completamente apaixonada por música, preciso demais do silêncio, depois de um tempo parece que meu ouvido entope)
09. A arte e a música me emocionam profundamente.
(nem preciso comentar porque já falei antes que eu vivo por música e por arte também. Viajo nas letras profundamente, percebo cada instrumento, me conecto profundamente com o cantor, como se eu sentisse toda a emoção dele… e me emociono profundamente… sinto as cores, sinto o filme, sinto as pinceladas, sinto o artista e o que ele queria passar, sinto a escultura. É um lance que vem lá do útero sabe como?)
10. “I am conscientious”. Essa é difícil de traduzir mas seria algo como: Eu coloco esforço no meu trabalho, sou esmerada, rigorosa, meticolosa.
(por ser tão ariana de áries detalhes me cansam rápido, então sou meticolosa, até perder a paciência. Mas tenho olho bom pra ver o que ninguém viu. E sempre me senti muito séria e responsável, tanto que acho que uso humor pra compensar o tanto que eu posso levar tudo tão a sério).
11. O meu sistema nervoso está por vezes tão alterado que procuro solidão para acalmar;
(sim, desde sempre fui assim, o mundo me cansava demais, e quem é codependente pode sentir isso também, pois como passa a vida tentando viver pelo outro, e/ou agradar, e/ou provar que é fortona pra si e para os outros, que pode se cansar e precisar ficar sozinha só pra não precisar ter que lidar com o “julgamento” do outro, ou toda essa cobrança, que muitas vezes é só sua, pois foi internalizado. Um dia isso veio de fora, mas hoje já somos nós que fazemos isso.)
12. Eu me assusto com facilidade.
(Marca registrada. Sou conhecida mundialmente por meus berros, eu me assusto muito com tudo, qualquer movimento. Agora entendo que é por ter esse sistema mais sensível que capta mais coisas e sempre está em alerta, então quando algo muda dá um sustão).
13. Sinto-me atordoada quando tenho que fazer muitas coisas em pouco tempo.
(Essa pode ser mais genérico, porque quem não se sente assim não é? Mas eu sei que minha cabeça fica muito atordoada, e ao mesmo tempo, as vezes tenho uma clareza absurda quanto mais tenho que fazer. Mas o lance é: se eu for muito estimulada eu fico completamente excitada e perdida, isso é bem comum e é difícil entender o que to pensando e organizar tudo)
14. Quando as pessoas estão em um ambiente fisicamente desconfortável, costumo saber o que precisa ser feito para torná-lo mais confortável (como trocar os assentos ou alterar a luz).
(ahhh totalmente, quem é altamente sensível e codependente (teve que aprender desde pequeno no seu lar a captar o humor da casa e tentar estabelecer a paz – o que é too much para uma criança fazer.) sempre sabe, ou acha que sabe ou costuma perceber algo de estranho sobre o que todo mundo tá sentindo e precisando. É uma lição se por em primeiro lugar e aprender a usar este dom para trazer conforto pro mundo sem passar por cima de nós mesmas antes.)
15. Se alguém me pede para fazer muitas coisas ao mesmo tempo, fico irritado.
(para mim varia, como codependente sinto que tenho/tinha um lado que queria agradar e sempre quis fazer muito pro outro também)
16. Tento desesperadamente evitar erros e esquecimentos.
(sim e sim, muito)
17. Faço questão de evitar filmes ou programas de TV violentos.
(uma época da vida até gostei mas sempre fiquei MUITO impactada e impressionada, de ficar com aquilo por dias depois de ver o filme. Levo demais a sério, sinto que tá acontecendo comigo, e tem filmes que me proíbo de ver porque sei que vai pegar fundo e vou ficar um bom tempo com aquilo pra mim)
18. Sinto-me desagradavelmente exaltado quando há coisas demais acontecendo em volta de mim.
(sim, lugares caóticos sempre me incomodaram, me cobrei demais a vida toda saber lidar com isso e me encaixar em programas “normais”, queria tanto gostar do movimento como todo mundo parecia gostar… e com o tempo fui aprendendo a lidar com isso, hoje até gosto bastante de movimento e do caos mas porque sei que depois vou voltar pra minha casinha e sei mais como me cuidar).
19. Muita fome provoca fortes reações e destrói minha concentração e meu humor.
(sempre – mas acho que todo mundo é assim não? E apesar de as vezes poder ficar horas sem comer, por estar desconectada do meu corpo, mas quando de fato sinto a fome é desesperador e afeta demais meu humor!)
20. Mudanças em minha vida me perturbam demais.
(nossa eu fui muito apegada as coisas, sair da chácara onde me criei longe de tudo foi muito sofrido na minha infância, mais tarde jurava que jamais sairia da minha cidade natal… esse tipo de coisa. Mas ao mesmo tempo como uma boa ariana, depois que eu decido mudar ou que algo acabou, mesmo com medo, e mesmo que sair de um lugar e ir pro outro, mexa profundamente comigo, eu gosto do recomeçar! Então tem um grande prazer, e uma grande dificuldade, que só depois dos meus 26 anos comecei a lidar bem… mas nunca é simples e leve pra mim…. eu me sinto bem fora do eixo no processo todo e sempre invejei quem só vai…)
21. Percebo e aprecio fragrâncias, sabores, sons e obras de arte suaves.
(Xim! Porque né? Bom gosto a gente tem, beijo no ombro. Mas porque nos traz paz, traz calma, traz aconchego… percebemos as sutilidades nas delicadezas de cada coisa… apreciamos com mais profundidade)
23. Tento organizar a minha vida de forma a evitar situações caóticas e incomodas.
(sim, passei a vida tendo que pesar onde iria, com quem, ter medo de situações com muita gente, muito movimento, desde situações na escola, a situações da vida adulta, e sociais, acho que por isso apelei pro álcool e drogas também pra poder lidar melhor com isso)
25. Quando estou sendo observado fazendo uma coisa, fico tão nervoso que isso afeta a minha performance, começo a fazer mal as coisas.
(sim, e ufa, quando li isso foi um alívio! Por exemplo eu sempre quis fazer teatro, mas até agora né… tá difícil, apesar de todo mundo me dizer para ser atriz. Também foi bem difícil começar a falar em público, me sinto demasiadamente exposta, e entendi que faz parte de receber tantos olhares, e tantos estímulos que me deixam tensa, porque sinto mais como aquilo afeta o outro…)
26. Quando era criança, meus pais e professores me achavam sensível e tímido.
(isso não sei bem dizer, porque eu era bem exibida e ao mesmo tempo profundamente tímida e reservada. Mas sobre ser sensível, meus professores sempre perceberam… e muitos não entendiam meus poemas, meu jeito, e na família era desconsiderada em muitas demonstrações de emoções profundas como se uma criança não pudesse sentir tanto.)
Resultado: Se você marcou mais de 12 questões como verdadeiras, você provavelmente é altamente sensível. Mas claro que é um teste, as vezes você pode ter marcado menos mas elas são muito verdadeiras pra você e isso pode te fazer ser altamente sensível também… é preciso estudar o assunto melhor antes de se intitular e para entendê-lo mais profundamente, okay?
“Pessoas sensíveis têm de viver de modo diferente para ficarem bem” – Elaine N. Aron
E um vídeo rápido sobre como descobri a alta sensibilidade:
Espero já ter te ajudado nas suas descobertas, abrindo espaço pra você se entender melhor! Vamos continuando os papos!
E tenho falado mais sobre o assunto nas redes sociais especialmente no instagram no @eu.sou.ariana onde você me encontra mais fácil nos stories, posts e agora igtv, e em breve de volta ao meu canal no youtube (que ta lá mega desatualizado e paradinho)!
E se você acha que tem gente que pode se beneficiar: compartilhe esse texto! Não sei você, mas pra mim foi tão importante entender mais disso e sempre é tão bom a gente se entender e poder se amar e se aceitar mais e se cuidar!
Se cuide-se de você mesma, pleonasticamente. Love you!
E agora me conta de você, como é isso pra você!? E me diz, o que você gostaria de saber mais sobre a minha jornada em relação a isso?