Essa é a foto de uma mulher que ontem fez 32 anos. Uma mulher, eu penso? É curioso, como me sinto tão… tão… tão mulher, adulta, pra ir em busca de tantas coisas que eu quero e ao mesmo tão acuada, medrosa, imatura pra dar tantos outros passos, para ir em busca de outras tantas coisas, que talvez eu até queira mais do que as coisas que pareço buscar.
Talvez a coisa mais dolorida e mais libertadora a se dizer é que nessa foto há alguém que está desenvolvendo coragens de dizer que: há alguém de fato nessa foto. Admitir o que se é. E que esse alguém é difícil até pra mim mesma saber quem é, o que é. O que tenho descoberto é que quanto menos me comparo com quem eu acho que deveria existir nessa foto descubro que não sendo dura comigo, por de trás de toda cobrança que existia em mim existe: Amor. Amor por mim. Paciência por mim e comigo.
É… eu nem sabia há pouco tempo atrás como eu era dura comigo. Eu nem sabia que precisava de tanto amor. Meu.
Algum tempo atrás essa seria a foto de alguém que durante muito tempo achou que a responsabilidade de se sentir amada viria de fora. Alguém que tentava disfarçar desamparo interno com excesso de confiança porque achou que era o que lhe salvaria, isso lhe garantiria ser amada. Por ela, pelos outros. Alguém que tinha muita dificuldade de se enxergar de verdade, mas que: está mudando. Alguém que cagou regras pra si, pro mundo e se viu presa nelas, e hoje consegue rir (um pouco mais) de si e suas certezas. E que claro, ainda tem muito a aprender sobre isso.
Então hoje, nessa nova volta ao Sol que começa comemoro não quem eu sou, porque isso eu não sei e nem sei se dá pra saber, mas comemoro as descobertas sobre minha capacidade de amar, a mim mesma. Por que entendo que isso é a minha capacidade de Poder Amar. Amar. E descubro que me sentia tão incapacitada e falha em amar porque faltava virá-lo pra mim. Faltava amor pela mulher da foto e não quem ela achava que precisava ser.
Celebro também, hoje me sentir tão mais no meu próprio corpo, no meu sentir – parece que que vou encarnando aos poucos! Celebro poder me sentir menos na mente, tentando tanto controlar e entender tudo, e disfarçar que fazia isso. Porque hoje nesta foto já há alguém que consegue muitas vezes só ser. E se divertir – com relaxamento e leveza, sem toda aquela pressão e tensão pelo se divertir, aquela busca nada prazerosa pelo prazer. Hoje este é o retrato dessa mulher. Desse ser humano. Em obras, em processo. Amanhã quem sabe? Só sei que hoje sei um pouquinho mais do que talvez seja eu, hoje já posso aceitar um pouco mais as partes que residem nessa mulher.
Feliz aniversário coisa amorosa e bonita que existe nessa foto que mora em mim e eu não soube, não aprendi e nem sabia como poderia amar antes ♡ Escrever isso já é mais uma gota de amor, já é mais alguma pequena vitória. Eu aceito o ponto onde estou um pouco mais e agradeço a todos que estão comigo nessa caminhada me amparando, guardando e apoiando no processo.